Ninguém sonha em abrir um restaurante para mandar pessoas embora. A demissão costuma ser vista como fracasso, desgaste ou até covardia. Mas a verdade nua e crua é que saber demitir é tão importante quanto saber contratar.
Nesse artigo, você vai entender por que a demissão é uma ferramenta de gestão, descobrir como evitar prejuízos silenciosos e aprender a tomar essa decisão com clareza, respeito e estratégia.
A conta que não fecha: o custo de manter quem não entrega
Sabe aquele funcionário que você já devia ter desligado há meses, mas ainda tá lá? Ele pode estar te custando mais do que imagina.
Segundo um estudo da Gallup, funcionários desengajados custam 34% do seu salário em perda de produtividade. Agora, multiplica isso por um turno inteiro contaminado por mau humor, fofoca ou desleixo… e pronto: o prejuízo tá servido.
Exemplo real:
Um cliente meu gastava R$ 4 mil por mês com um gerente de salão que “não era ruim, mas também não era bom”. Ele achava que estava economizando por não demitir.
Quando finalmente trocou o gerente por alguém mais proativo, o faturamento permaneceu o mesmo, mas com uma margem de lucro 5% maior no mês seguinte. Economia de curto prazo, prejuízo de longo.
Demissão não é castigo — é ajuste de rota
A gente cresce achando que demitir alguém é “acabar com a vida da pessoa”. Mas na real? Pode ser o contrário. Às vezes, a pessoa tá infeliz, improdutiva, deslocada. Segurar ela ali é um desserviço pros dois lados.
Pensa assim:
Se o seu restaurante fosse um navio, você manteria alguém remando pro lado errado só pra não deixá-lo na praia? Claro que não. Então por que fazer isso na equipe?
Cultura tóxica é contagiosa — e demissão é o antídoto
Funcionário que sabota processo, espalha desmotivação, desrespeita liderança ou trata mal o cliente: essa pessoa não precisa de feedback. Precisa de tchau. Cultura é o que você tolera.
E se você tolera o comportamento errado de um, perde o respeito dos outros dez. E aí já era: o clima azeda, a produtividade cai, o turnover vira epidemia.
Frase de bastidor:
"O problema não foi o que ele fez. Foi o que você deixou ele continuar fazendo."
Planejamento antes do aviso prévio: como demitir com estratégia
Demitir no impulso é tão perigoso quanto não demitir nunca. Por isso, aqui vai um check-list básico antes de tomar a decisão:
- A pessoa foi treinada de verdade?
- Recebeu feedbacks claros e teve chance de melhorar?
- O problema é a pessoa ou o processo mal desenhado?
- Existe impacto direto na operação ou na cultura?
- Você já sabe quem assume essa função depois do desligamento?
Se a resposta for sim pra maioria, pode seguir. Com respeito, com clareza, com documentos e com dignidade. Mas siga.
E depois da demissão? Cuidado com o vácuo
A grande falha de muitos donos é demitir e achar que o problema foi resolvido por mágica. Mas o buraco deixado por uma demissão precisa ser preenchido com:
- Processo bem desenhado
- Treinamento de quem ficou
- Revisão de cultura e comunicação
Senão, o erro se repete. E aí, a culpa nem é mais do demitido.
Você é dono ou refém da equipe?
Essa é a pergunta mais dura — mas talvez a mais necessária.
Se você já deixou de demitir alguém por medo de desagradar ou de perder um “colaborador antigo”, cuidado: Talvez você não tenha uma equipe… talvez seja a sua equipe que tenha você.
Demissão, quando bem feita, não enfraquece a empresa. Fortalece. Passa um recado claro: aqui existe ordem, direção, critério e responsabilidade. E gente boa quer trabalhar em um ambiente assim.
Lembre-se. Perder um bom funcionário não leva nenhum restaurante à falência, mas manter um ruim por tempo demais, sim.
Tá em dúvida sobre quem manter ou desligar na sua equipe? Posso te ajudar a estruturar critérios claros de desempenho e decisões assertivas para fortalecer seu time. É só chamar!